O dia estava nublado. Josias e Marcos, dois irmãos, foram com a mãe até o mercado municipal onde todos os dias se realizava uma feira livre. Ali, ela os deixaria e seguiria para o trabalho. Eles teriam que retornar sozinhos para casa. Foram pela rua João Cabral e depois alcançaram a avenida Maranhão, por onde seguiram até o mercado velho, como ficava a conhecida feira. A avenida Maranhão margeia o rio Parnaíba, que divide o Piauí do Maranhão; é o segundo maior rio do nordeste brasileiro. Há uma ponte metálica ligando a cidade de Teresina à cidade de Timon, por onde antigamente passava o trem.
Quando passaram pela ponte, os meninos olharam a margem do rio e viram uma areia bonita e fina. Pensaram e combinaram que voltariam pela beira do rio, que era o caminho mais perto para casa. A mãe, ouvindo a conversa, já foi logo interferindo e desautorizando os meninos a voltarem pela beira do rio. O motivo era óbvio. Havia chovido muito e o rio tinha transbordado. Agora, um pouco mais seco, formara uma camada fina de areia na margem; mas só por cima. Embaixo, era pura lama.
Os meninos tinham ganhado um par de tênis. Eram azuis, lindos! Inclusive estavam estreando naquele dia.
Mas, ao retornarem das compras e voltarem para casa, seguiram o plano combinado, desobedecendo às ordens da mãe. Foram pela beira do rio. No início, encontraram algumas pedras. Tudo bem! Mas não demorou muito e as coisas começaram a ficar difícies. A lama era terrível! E os dois foram atolando até a canela. Não demorou, atolaram até o joelho. As compras que estavam na cesta caíram na lama. Numa pisada, Josias perdeu um dos pés dos tênis e começou a chorar e a se desesperar. Marcos estava consciente de sua responsabilidade, já que era o mais velho. Tratou logo de procurar o tênis do irmão nos buracos das pisada. Felizmente, ele o encontrou!
Não conseguiram andar muito e foram avistados por um rapaz que estava acima deles, numa barreira. O rapaz perguntou o que eles faziam ali, naquela situação; e os ajudou a subir e a sair daquela angústia e pesadelo.
Assim, foram para casa, mas sabendo que certamente a mãe descobriria a proeza e o castigo viria. Eles até que tentaram limpar os tênis novos, lavaram e esfregaram muito, com sabão e escova; mas, mesmo assim, eles ficaram encardidos do barro vermelho da beira do rio. Lavaram as verduras e tudo mais, mas os vestígios ficaram e não foi difícil a mãe perceber que eles tinham desobedecido à sua ordem e voltado para casa pela beira do rio. Os dois ficaram de castigo, sem sair para brincar com os amigos por um bom tempo. E a lição ficou: a desobediência não leva a lugar algum, faz o desobediente atolar na lama cada vez mais. Isso sem contar a perda moral e a material. No caso do Josias e do Marcos, os lindos tênis que eles tinham ganhado de presente, novinhos, há pouco tempo!
Texto: Camilo Martins
Ele não estava muito animado com o início das aulas
Dona Míriam se levantou e pediu que o garoto a acompanhasse
Como Abraão, Nina confiou que estava indo para um bom lugar
Todos estavam preocupados com a vovó