– Só me diz se vai doer.
Mas, na verdade, isso não era tudo o que a Ana Carolina queria saber. Ela também ficou perguntando por que, afinal, tinha que tomar vacina. Já não tinha tomado uma quando tinha cinco anos? Não era a última que devia tomar até ter 15 anos? “Tinham dito isso”, ela argumentava na sala de espera do posto de saúde.
– De uma vez por todas, filha, entenda: este é um caso especial – tentava explicar a mãe, pacientemente. – Todo mundo que viaja para áreas de risco, como nós vamos fazer, tem que tomar vacina para ficar protegido.
– Se eu tiver febre, posso colocar um pano úmido na testa. Sei que vai passar…
– Com febre amarela não é assim, filha. Quem contrai a doença precisa se tratar em um hospital, para que a situação não fique mais grave. Por isso, é melhor se prevenir.
– Por que essa vacina não é de gotinha? Devia ser… – disse Ana Carolina.
– Não se preocupe. Dói menos do que uma picadinha de formiga – mais uma vez a mãe tentou tranquilizar a filha.
– Mas, mãe…
E não houve tempo para mais nenhuma pergunta porque uma das atendentes do posto chamou o nome da menina, que arregalou os olhos mas acompanhou a enfermeira até a sala de vacinas. Enquanto a enfermeira preparava a vacina, a menina olhava para a mãe com a carinha mais preocupada do mundo. Então, a enfermeira se aproximou, Ana Carolina virou o rosto para o outro lado, fez uma careta e… acabou. Pronto! Tinha tomado a vacina.
Dez dias depois, a família toda partiu de férias para o centro-oeste do Brasil, uma região linda, com muitas plantas diferentes e animais interessantes. Nas áreas urbanas, visitaram casarões e igrejas do período colonial – uma beleza! Ana Carolina tirou fotos maravilhosas e aproveitou cada passeio. Ela voltou de lá cheia de histórias para contar. E hoje, se você perguntar: E a vacina, Ana Carolina, doeu?, ela vai responder: Doer… doeu, mas valeu!