Carol era esperta e gostava muito de brincar. Recentemente, ela se mudou com a família para um sítio e tinha que brincar sempre sozinha, porque era filha única. Quando fez aniversário, seus pais lhe deram uma linda boneca, que Carol chamou de Lilica. A garota amava aquela boneca, não gostava que ninguém encostasse nela. Na verdade, não gostava de repartir nenhum de seus brinquedos. Se algum vizinho vinha fazer uma visita, ela trancava o quarto e não deixava nenhuma criança entrar.
A situação estava ficando difícil, pois seus pais ficavam envergonhados com essa atitude dela. Eles sempre conversavam com Carol, mas não adiantava.
Certo dia, eles resolveram chamar a filha para fazer um trato. No domingo seguinte, convidariam várias crianças, filhos dos vizinhos, para passarem o dia no sítio. O trato era Carol emprestar TODOS os brinquedos.
Ela não gostou nada disso, mas resolveu concordar. “Posso até emprestar todos os meus brinquedos, menos
a Lilica”, pensou.
Carol traçou um grande plano.
Na manhã de domingo, antes de os vizinhos chegarem, ela correu até a plantação de milho, levando uma caixa de sapato, uma pá e a Lilica. Rex, seu cachorro, foi correndo atrás dela. Em um lugar bem escondido, cavou um buraco, colocou a boneca na caixa e a enterrou. Carol voltou pra casa e, durante todo aquele dia,
brincou com os vizinhos e emprestou “todos” os seus brinquedos… Menos um.
No fim do dia, quando todos foram embora, a mãe de Carol a chamou e a elogiou por ter sido tão generosa. Carol deu um sorrisinho amarelo e saiu em direção ao milharal. Cavou aqui, cavou ali, e nada de encontrar a caixa. A noite foi chegando e tudo foi ficando escuro. Carol resolveu voltar pra casa… e voltou chorando.
Ao entrar, a mãe perguntou:
– O que aconteceu, filha?
De cabeça baixa e com o coração partido, a menina respondeu:
– Mãe, preciso confessar uma coisa… Quando a senhora e o papai me falaram que eu teria que emprestar todos os meus brinquedos, fiquei preocupada em emprestar a Lilica. Por isso, eu a escondi no milharal, mas agora não consigo encontrá-la.
Carinhosamente, a mãe se sentou e colocou a filha no colo:
– Filha, trouxemos seus amiguinhos aqui porque queremos que você seja bondosa e saiba dividir. Queríamos que você visse como é bom compartilhar.
– Eu sei, mamãe. Durante o dia, fui vendo como é bom ter amigos e que não é ruim emprestar meus brinquedos.
Mas agora eu perdi a Lilica… – e começou a chorar novamente.
A mãe notou que a filha estava arrependida:
– Já está escuro, e será difícil encontrar sua boneca agora. Vá para o banho, venha jantar e faremos o culto. Depois você irá para o quarto. Antes de dormir, você precisa falar com mais Alguém a respeito disso…
– Com quem? – perguntou a menina. – Com o papai?
– Não. Deve falar com Deus.
Peça-Lhe perdão e ajuda para encontrar a Lilica, se isso estiver de acordo com a vontade Dele.
Naquela noite, Carol se ajoelhou e orou: “Querido Jesus, não fui uma boa menina hoje. Desobedeci meus pais.
Fui egoísta. Preciso ser melhor. Por favor, me ajude. Eu queria pedir só mais uma coisinha: me ajude a encontrar a Lilica. Eu aprendi a lição. Obrigada! Amém!”
Carol acordou cedinho, com a mãe chamando:
– Carol, corra aqui na cozinha!
A menina levantou em um pulo. Quando entrou na cozinha, viu que, ao lado da porta, meio suja, estava a Lilica.
– Minha Lilica! A senhora a encontrou! – Carol comemorou.
– Não fui eu que a encontrei – respondeu a mãe. – Foi o Rex. Estava preparando o café da manhã e vi que
o Rex foi ao milharal, parou em um lugar, começou a cavar até desenterrar a boneca e a trouxe para cá.
– Mãe, Jesus usou o Rex para responder minha oração – concluiu Carol, feliz da vida.
– Ele está sempre pronto a nos perdoar e nos dar uma nova chance.
– Eu aprendi a lição – falou a garota. – E domingo que vem, se der, gostaria que meus amigos viessem brincar novamente aqui. Prometo que vou emprestar todos os meus brinquedos… até a Lilica!