Terreno perigoso

– Gustavo Alberto, como é que você foi se meter em uma briga? – perguntou a mãe ao filho, depois de atender ao telefonema do diretor da escola.
– Não foi culpa minha. Foi o outro menino quem começou.
– Conversaremos sobre isso em casa – avisou a mãe.
    Enquanto iam para casa, em silêncio, uma terrível chuva começou. A estrada ficou escorregadia e perigosa. O carro derrapou e bateu em um barranco. Mesmo com chuva, a mãe desceu para ver o estrago. Voltou, pegou o celular e pediu ajuda. Logo, alguém chegou para rebocar o carro e tirá-los dali.
    Em casa, depois de tomar as providências para o conserto no carro, o pai, a mãe e o Gustavo Alberto sentaram-se para conversar.
– Como foi a briga? – quis saber o pai.
– O outro garoto começou e eu precisei reagir, senão o Rubão e o Murilo iam pensar que eu era um molenga. Se fosse com eles, não ia ficar barato!
    Depois de um tempo em silêncio, o pai falou:
– Sabe, filho, você anda em terreno escorregadio e perigoso.
    Gustavo Alberto pensava que o pai estava falando do que tinha acontecido com o carro, mas o assunto era outro.
– Quando você anda com as pessoas erradas, começa a fazer coisas erradas. É andar em terreno escorregadio e perigoso. Escolha amigos melhores.
    Gustavo Alberto baixou os olhos. Ele sabia que o pai estava certo. E você, que tipo de amigos tem? Perto deles, em que tipo de terreno você está?

 

Texto: Sueli Ferreira de Oliveira
Ilustração: Ilustra Cartoon