Salvos por um guarda-chuva

Lucas tinha três amigos. Eles se chamavam Luís, Carlos e Henrique. Estudavam na mesma classe e iam embora juntos todos os dias. Quando voltavam para casa, passavam por várias ruas e, para se divertir, Luís, Carlos e Henrique apertavam a campainha ou o interfone das casas e saíam correndo. Os moradores abriam a porta e não viam ninguém. Mas Lucas não fazia isso; ele sabia que era errado. E, por isso, eles o provocavam:

– Seu covarde! Tem medo de apertar uma campainha? Ou será que não sabe correr?

Lucas ficava chateado, mas sabia que aquela brincadeira era maldosa.

Numa tarde em que o tempo estava nublado, Lucas levava seu guarda-chuva na mochila. Os amigos e ele estavam voltando para casa e, como acontecia todos os dias, eles apertavam a campainha de uma casa e saíam correndo:

– Vamos, Lucas. Aperta a campainha desta casa aqui, seu medroso!

– Não vou fazer isso. É errado.

– Ah! Covarde!

Então, alguém falou:

– Anda, Henrique, mostra pro covarde como é que se faz.

Henrique apertou e de dentro da casa saiu um buldogue correndo atrás deles. Henrique, Luís e Carlos correram e subiram na árvore mais próxima. Mas Lucas ficou ali, ao pé da árvore, abriu a mochila e, quando o cachorro chegou bem perto, pegou rapidamente o guarda-chuva e o abriu. Assustado com aquela coisa estranha que tinha surgido de repente, o buldogue saiu correndo.

Os amigos de Lucas desceram da árvore e disseram:

– Como você conseguiu isso? Eu não sabia que cães tinham medo de guarda-chuva.

– Ouvi isso do meu avô. Só não sabia que funcionava mesmo.

– Obrigado! – agradeceu Luís.

Logo em seguida, Carlos elogiou:

– Você é corajoso, hein?!

Com isso, Luís, Carlos e Henrique aprenderam que não devem julgar as pessoas pelas aparências. E Lucas reforçou aquilo que ele já sabia: é preciso ter coragem, mas apenas para fazer a coisa certa.

Giovanna Borges, de 9 anos