Luciane chegou em casa com o uniforme sujo. Ela explicou que um garoto da escola estava correndo e pulou numa poça. A água suja que estava ali espirrou em sua calça, deixando-a naquele estado. Para piorar, outros garotos riram da situação, o que deixou Luciane ainda mais irritada. Onde estava a graça? Ela não via graça alguma.
Dias depois, a menina chegou em casa cabisbaixa e entregou um bilhete à mamãe. Nele, havia uma solicitação para que ela fosse à escola conversar com o diretor. Tinha algo a ver com o comportamento de Luciane nos últimos dias.
– Você tem algo para me contar? – perguntou a mãe, franzindo a testa.
– Eu não fiz nada – começou a menina. – Eu apenas estava sentada com outras garotas que riram de uma aluna nova, porque ela é meio estranha.
– Mas você também riu? – insistiu a mãe.
– Mas não fui eu quem comecei. Não é justo! – defendeu-se a garota.
– É justo sim. Você se lembra quando os garotos riram daquela água suja que espirrou em seu uniforme? Você também não gostou daquilo.
A menina baixou a cabeça novamente e ficou em silêncio.
– É preciso ter muito cuidado na hora de escolher os amigos. E parece que você não se preocupou com isso – disse a mãe, sabendo que a filha estava aprendendo uma importante lição.
Como são seus amigos? O que vocês fazem quando estão juntos? É algo ruim ou algo que você possa contar tranquilamente para seus pais
e professores?
Sueli Ferreira de Oliveira
Category: Letras, Para Pensar