Grande garoto!

 Desde a última aula de Educação Física, Eduardo estava aborrecido.

– Por que eu sou tão baixo?

– Você só tem nove anos – respondeu a mãe. – Ainda vai crescer bastante.

Não satisfeito, o garoto reclamou:

– Mas, quando eu crescer, meus amigos vão crescer também. Eu sempre vou ser o baixinho da turma. Quando a gente vai jogar, os maiores sempre são escolhidos antes de mim.

A mãe abraçou o filho e disse:

– Pois o seu tamanho é perfeito para um abraço gostoso assim.

O garoto se desvencilhou dos braços da mãe e sorriu.

– Além disso, filho – continuou a mãe –, as pessoas podem ser grandes por dentro, sendo bondosas ou se destacando em outras atividades. Eu sei quem vai disputar as olimpíadas de matemática representando sua escola.

– Sou eu – lembrou-se Eduardo, sorrindo pensativo.

– Viu? E eu sempre vou amar você do jeitinho que você é.

Eduardo sorriu ainda mais e declarou:

– Já decidi: vou crescer todos os dias, até ficar bem grande.

– E como é que você vai fazer isso?

– Vou crescer aqui, ué – respondeu o garoto, batendo no peito.

Você já quis ser diferente? O que é melhor: ser grande por dentro ou por fora? Por quê?

Sueli Ferreira de Oliveira