Antes mesmo de chegar, viu o papai gesticulando para ele. Por que ele estava se comportando daquela maneira? Lauro não sabia, mas descobriu quando o pai o levou até a seção que vende aspiradores de pó.
Olhando em volta, o Sr. Sales perguntou:
– Sua mãe ainda está escolhendo cestas e flores?
Ao Lauro fazer que sim com a cabeça, continuou:
– Ótimo! O que acha: ela gostaria de ganhar um destes no aniversário? – e apontou para um aspirador.
Logo seria o aniversário da mamãe e o papai estava à procura de um presente. Aquele parecia ser ótimo, e ela andava mesmo se queixando de que o velho aspirador já não funcionava bem. Com certeza, este novo facilitaria o trabalho. No entanto, Lauro teve outro pensamento: fazer limpeza e aspirar poeira não era um trabalho agradável, mesmo com um aspirador novo.
O pai pensou melhor: “Um aspirador seria um presente para a casa; não para ela.” Acho que ela gostaria de algo para si mesma. Resolveram então ir à seção de roupas femininas. O pai achava que não sabia escolher um vestido que a agradasse. Pediu que Lauro a distraísse um pouco e depois viesse ajudá-lo a escolher o vestido. Lauro a encontrou comprando um grande cesto de vime. Quando a mãe o viu, lembrou-o de que precisavam comprar algumas camisas novas para ele, que tinha crescido muito. Combinaram encontrar-se na seção de roupas para garotos.
Lauro correu para onde o pai estava. Mas logo perceberam que a mãe se aproximava. Lauro correu em sua direção, desviando-a para a seção de camisas para meninos, enquanto o pai comprava o presente.
Mais tarde, Lauro ficou preocupado. Queria dar um presente à mãe preparado por ele mesmo; não comprado. Mas o quê? Queria preparar algo sozinho, sem a ajuda do pai. Lembrou-se do aspirador de pó e de como a mãe sempre se cansava para limpar a casa. Teve a ideia de, no dia do aniversário dela, limpar a casa e fazer um bolo com uma pequena ajuda do pai. Mas… o que fazer para que ela saísse de casa, enquanto ele preparava a surpresa?
Na manhã do aniversário, Lauro e o pai fizeram todos os planos para o dia. Enquanto a mamãe estava fora, fazendo compras, Lauro entrou em ação. Primeiro, fez o bolo. Leu e juntou todos os ingredientes. Pediu ao pai para ligar o forno e ajudá-lo a colocar o bolo lá dentro.
Enquanto o bolo assava, Lauro varreu a casa. De repente, sentiu um cheiro. Correu até a cozinha, onde o pai espiava o forno. O bolo logo estaria pronto. Então, ouviram o carro chegando. Era a mãe que voltava das compras.
Correram para recepcioná-la. Cantaram “Parabéns a Você” e a abraçaram. Então, ela sentiu o cheiro.
– Que cheiro é este? – perguntou.
– É seu bolo de aniversário. Eu fiz sozinho – disse o filho feliz. – Mas você tem que ver o outro presente.
Lauro levou a mãe por toda a casa para que ela visse a limpeza que havia feito. Ela agradeceu e o abraçou. Logo, sentiram um outro cheiro. Desta vez, era cheiro de queimado.
– O bolo! – gritaram os três ao mesmo tempo em que corriam para a cozinha. O pai chegou antes dos outros e tirou do forno um bolo queimado.
– Que pena! Meu presente ficou todo arruinado! – disse Lauro desconsolado.
– Não, querido. O presente foi perfeito – garantiu a mãe. – Mostrou quanto você me ama. Foi o melhor presente que você me poderia ter dado.
Enquanto isso, o pai tirou um pote de sorvete da geladeira e todos se deliciaram, festejando o aniversário da mamãe.
Ani Köhler Bravo