Adeus, Vermelhinho!

Nicholas ficou assustado. Ele nunca tinha visto o Vermelhinho daquele jeito. O peixe beta boiava meio de lado.

– Manhê, venha ver. O Vermelhinho está estranho.

A mãe se aproximou e percebeu logo que o peixe estava morto.

– Ele está doente? – perguntou o garoto.

A mãe olhou para o filho, sem saber como dar a notícia.

– Ele vai melhorar? – insistiu Nicholas.

Ainda em silêncio, a mãe balançou a cabeça, pôs a mão no ombro do filho e levou o garoto para o jardim da casa. Os dois se sentaram em um banco. Finalmente, a mãe falou:

– Filho, você se lembra das histórias que eu lhe conto antes de dormir? Elas têm começo, meio e fim. Quase todas as coisas são assim. Nascem, crescem, envelhecem e morrem. Acontece com planta, com bicho e até com gente.

O garoto baixou a cabeça. Ele estava começando a entender qual era a ordem natural da vida, que tem um começo e terá um fim.

– Vou ficar com muita saudade do Vermelhinho.

– Eu sei, meu filho, eu sei – disse a mãe, enxugando uma lágrima que começava a escorrer pelo rosto do garoto.

O que você acha que pode falar a alguém que perdeu alguém muito querido? O que você pode fazer para dar algum consolo a essa pessoa?

Sueli Ferreira de Oliveira