A caixa misteriosa

Vítor e seus amigos tinham planos para aquele domingo. Esperaram por muito tempo, programaram-se, mas a chuva parecia ter acabado com tudo.

– Por que vocês estão aqui dentro com essa cara? – quis saber Dona Rita.

– Hoje seria um dia legal! Nós íamos jogar futebol e tomar banho de piscina na casa do Paulinho. Mas essa chuva estragou tudo! – respondeu Vítor desanimado.

– É… Meu pai tinha até limpado a piscina pra gente – disse o Paulinho enquanto ajeitava a almofada no sofá.

– Mas vocês vão deixar isso estragar o domingo de vocês? Por que não brincam aqui dentro mesmo?

– Ah, eu já estou cansado dessas brincadeiras, mãe. Já brincamos de carrinho de controle remoto, já montamos quebra-cabeça… Nada demais! – resmungou Vítor.

Dona Rita saiu da sala enquanto os meninos reclamavam. Pegou uma caixa de madeira que estava em cima do armário e voltou. Enquanto limpava a poeira da caixa, ela foi dizendo:

– Guardo esta caixa há muito tempo. Acho que o que tem aqui dentro pode animar vocês neste dia de chuva. Os garotos estavam curiosos, sem entender o que tinha naquela caixa misteriosa.

– Chega de suspense. Vejam vocês mesmos! – disse Dona Rita estendendo a caixa.

Vítor agarrou a caixa e tirou a tampa o mais rápido que conseguiu.

– Um monte de coisa velha? – disse desapontado.

– Coisas velhas não, coisas antigas… – corrigiu a mãe.

Os garotos começaram a tirar os objetos da caixa e foram jogando tudo no tapete. Tinha muita coisa, mas pra eles tudo parecia lixo.

Dona Rita se sentou no tapete o começou a mostrar os objetos:

– Estão vendo isto aqui? É uma mola maluca. Eu brincava muito com ela quando era criança. Na minha escola, todo mundo tinha uma desta. Era demais! – disse mostrando como brincar com a mola.

– E isto aqui, pra que serve? – falou o André esticando a mão.

– Esse era meu jogo favorito: o pega-peixe. Você encaixa os peixinhos nestes buracos, liga aqui e tenta “pescar” os peixes com esta varinha quando eles abrirem a boca. – disse apertando um pequeno botão.

André continuou olhando sem entender como aquele brinquedo funcionava:

– Ué, não aconteceu nada. Não estou vendo nenhum peixe de boca aberta.

– Ah, eu me esqueci de um detalhe, claro!

Dona Rita abriu uma gaveta da estante e veio com uma pilha na mão. Encaixou na parte de trás do brinquedo e…

– Prontinho! Hora da pescaria! – ela comemorou.

Vítor, Pedro e Paulinho ficaram olhando enquanto Dona Rita brincava. Os peixes ficavam girando, abrindo e fechando a boca. Um pequeno ímã pendurado na ponta da vara puxava o peixe, que tinha um ímã dentro da boca. E assim era o jogo: vencia quem conseguisse pescar mais peixes em menos tempo.

– Deixa a gente brincar um pouco agora, mãe? – pediu Vítor já segurando uma varinha.

– Eu sabia que vocês iam gostar. E ainda tem muito mais aqui: pega-varetas, ioiô, bilboquê, pião, vai-vem*…

Pronto! A diversão estava garantida. No fim do dia, foi difícil convencer os garotos a guardar os brinquedos de volta na caixa.

– Eu deixo vocês brincarem sempre que quiserem – disse Dona Rita. – Agora vão brincar um pouco lá fora. A chuva já parou faz tempo!