O dia estava nublado e triste. Carlos e Ana estavam desolados sem ter o que fazer, quando a tia Ivone chegou:
– Olá, crianças, tudo bem?
– Mais ou menos – resmungou Ana. – Já estamos cansados de ficar dentro de casa sem nada pra fazer.
– É justamente por isso que estou aqui – disse a tia. – Como o tio Jorge precisou viajar com urgência, vim convidá-los para me acompanhar à festa de Natal da empresa em que trabalho. Que tal?
– Que maravilha! Mal posso esperar para ganhar presentes de Natal… – exclamou Carlos.
– Hum, tem um pequeno detalhe – disse a tia. – Os presentes são apenas para os filhos dos funcionários da empresa e, infelizmente, vocês dois não estão incluídos.
– Não tem problema. Mesmo assim, gostaria de ir – Carlos concordou.
– Eu também. O importante é a diversão, não é mesmo? – disse Ana, animada.
Carlos e Ana trocaram de roupa rapidamente e se dirigiram com a tia ao lugar em que aconteceria a grande festa. Ao longe, já podiam ouvir as músicas natalinas e as crianças animadas gritando e correndo por todos
os lados.
Sem perder tempo, eles desceram do carro eufóricos. Queriam aproveitar cada momento. Juntaram-se às outras crianças, correram, brincaram, andaram de charrete, de trenzinho e também comeram muita coisa gostosa.
De repente, o alvoroço ficou maior, a música mais alta e a criançada correndo ainda mais rápido… Chegara o momento da entrega dos presentes!
Todos já haviam recebido com antecedência um cupom que dava direito a um brinquedo, menos Carlos e Ana. Os irmãos ficaram um pouco de lado, observando a alegria das outras crianças quando recebiam seus presentes. Como eles gostariam de ganhar também! Carlos estava sonhando com uma bola de futebol e sua irmã, com uma boneca.
Foi então que uma senhora se aproximou de Carlos:
– Você não vai retirar seu presente? – perguntou a mulher.
– Esses presentes são apenas para os filhos dos funcionários – lamentou Carlos.
– Sou uma das organizadoras da festa e tenho aqui um cupom pra você. Pode retirar seu presente – disse
a senhora entregando um cupom a Carlos.
O menino agradeceu e rapidamente trocou o cupom pela tão sonhada bola.
– Ana, olha só a bola que ganhei – Carlos exibiu seu presente ainda no plástico.
– É muito bonita, Carlos. Como você conseguiu? – perguntou Ana.
– Uma senhora me entregou um cupom – respondeu Carlos.
– Ah…
De repente, a alegria do menino se transformou em tristeza. Ele sabia que Ana queria ganhar uma boneca, mas não tivera a mesma sorte que ele. Comovido, voltou ao posto de troca e trocou a bola por uma boneca.
A menina ficou muito comovida com a atitude do irmão. Ele estava abrindo mão do seu sonho só para
vê-la feliz.
– Carlos, seu gesto foi muito bonito – disse Ana. Jamais vou esquecer o que você fez por mim.
Carlos sorriu e logo voltaram a brincar.
Tia Ivone, que assistia a tudo de longe, ficou muito orgulhosa da atitude do sobrinho e resolver fazer algo a respeito. Saiu à procura dos responsáveis pela festa, contou o que havia acontecido e conseguiu outro cupom.
Agora, a felicidade estava completa. Carlos estava com uma bola nova e Ana com a boneca dos seus sonhos. Aquele tinha sido um dia cheio de aventuras, um Natal do qual Carlos e Ana lembram até hoje.