Todo dia, Felipe e seus amigos jogavam futebol em um terreno vazio que havia perto da casa deles. O combinado com a mãe de Felipe era que, após terminarem as tarefas escolares e lavar a louça, podiam jogar bola.
Felipe sempre levava Aninha, a irmã mais nova, que também gostava muito de jogar bola, mesmo sendo a única menina do time. Assim, logo que chegavam da escola, os dois faziam tudo correndo para sobrar mais tempo para brincar.
Certo dia, Felipe chegou decidido a jogar a bola a tarde inteira, mas a mãe deu outra tarefa para eles.
– Hoje, preciso da ajuda de vocês. A dona Elizabete, que mora sozinha, passou por uma cirurgia e precisa de ajuda para varrer a casa. Ela ainda está com muitas dores e não pode fazer esforço – comentou a mãe.
– Ah, mamãe – retrucou Felipe – mas a gente sempre joga bola à tarde. Se a gente ajudar a dona Elizabete hoje, não vai dar tempo de jogar bola!
– Eu sei, mas ela precisa de ajuda e eu já avisei que vocês iriam ajudar. O Felipe vai varrer a casa para ela e a Aninha limpa a cozinha.
– Como assim? – reclamou Aninha. – Eu vou limpar a cozinha sozinha? Lavar louça, secar… tudo isso?
– Tenho certeza de que vocês vão voltar mais felizes e animados do que se tivessem jogado bola o dia inteiro – garantiu a mamãe.
– Duvido, mas tudo bem – comentou Felipe.
Os dois fizeram todas as atividades e ligaram para os amigos avisando que não poderiam jogar bola. E foram para a casa da dona Elizabete. Felipe carregava a vassoura e Aninha, uma cesta com produtos de limpeza. Tocaram a campainha e a vizinha atendeu.
– Oi! Fiquei tão feliz quando a mãe de vocês me falou que vocês viriam. Entrem – convidou dona Elizabete.
Felipe entrou decidido a fazer tudo rapidamente. Quem sabe, ainda sobraria um tempinho para jogarem bola. Já Aninha estava desanimada. Não gostava de limpar a cozinha de jeito nenhum; e, desta vez, teria que fazer tudo sozinha. Enquanto isso, a mãe observava as crianças através da janela para ver se estavam se comportando.
– Aninha, vá logo. Falta muito para terminar a cozinha e eu já terminei de varrer a casa inteira – reclamou Felipe.
– Por que você não me ajuda? Assim, a gente termina logo – falou Aninha.
Felipe resolveu ajudar. Em pouco tempo, os dois terminaram o trabalho e dona Elizabete chegou para ver se estava tudo certo.
– Vocês fizeram um ótimo trabalho! Venham aqui. Preparei um lanchinho para vocês e também tenho uma surpresa – contou dona Elizabete.
Os dois sentaram-se, comeram o lanche e conversaram com a dona Elizabete, que contou várias histórias de quando ela era criança. Felipe e Aninha riam das histórias que a vizinha contava sobre seus animais de estimação. Depois de terem passado algum tempo com dona Elizabete, as crianças lavaram a louça e estavam quase saindo da casa quando dona Elizabete falou.
– Vocês me deixaram muito feliz por terem passado a tarde comigo. É tão bom poder conversar com alguém! Eu me diverti muito e comprei um presente para vocês. Queria dar este presente para agradecer o que vocês fizeram para mim.
Dona Elizabete pôs um embrulho lindo na mão do Felipe. Os dois abriram rapidamente e viram que era uma bola novinha. Eles abraçaram a vizinha, agradeceram o presente e foram embora felizes, como a mãe já havia dito que aconteceria.
Depois desse dia, Felipe e Aninha visitavam sempre a dona Elizabete para ajudar na casa e conversar.
Texto: Suellen Timm