Sai fora, catapora

Como fazia todos os dias, Dona Mara foi acordar a lha para ir à escola:

– Bom dia, Manu! Vamos acordar? – disse, puxando as cobertas.

A menina abriu os olhos devagar e respondeu desanimada:

– Ai, mãe, hoje eu não estou bem…

Manuela era uma garota muito estudiosa. Nunca faltava à aula. Dona Mara achou aquilo estranho.

– Ué, mas o que deu em você? Está doente? –perguntou.

Antes que ela respondesse, a mãe colocou a mão na testa da garota e levou um susto:

– Você está com febre, lha. Está quente… – e correu para buscar o termômetro.

Manu se ajeitou na cama, colocando as mãos na cabeça.

– Ai, e minha cabeça também está doendo!

A mãe voltou com o termômetro, um copo de suco e um pedaço de bolo de cenoura, que era o preferido da Manu:

– Vou medir sua temperatura, dar um remédio e logo você cará boa. Agora, coma alguma coisa.

Trouxe este…

– Não estou com vontade de comer nada, mãe – interrompeu a garota. – Minha barriga também dói.

Enquanto media a temperatura, a mãe percebeu uma “pintinha” vermelha na testa da garota.

– Isso é uma picada de mosquito, Manu? Olhe aqui no espelho!

– Eu não sei… Mas está coçando. E tem essa aqui no braço também.

– Ihhh! Com todos esses sintomas, já sei o que você tem: catapora!

– Catapora? Mas o que eu z pra pegar isso?

A mãe começou a explicar o que sabia sobre a doença. Mas, antes, ligou para a médica e marcou um horário para levar a Manu a uma consulta.

– Mas eu não quero tomar injeção! – Manu resmungou lá do quarto.

Chegando ao consultório, a médica explicou que a catapora é uma doença muito contagiosa, por isso Manu não poderia ir à escola por alguns dias. Além disso, deveria tomar remédios para aliviar as dores e, uma coisa muito importante, não coçar as feridas.

– Esta pomada vai aliviar a coceira – ela disse, entregando o remédio para Dona Mara.

Manu fez tudo o que a médica disse, e alguns dias depois já estava se sentindo melhor. Não via a hora de voltar à escola e rever os amigos. Mas Dona Mara tinha preparado uma surpresa pra ela.

– Acabei de falar com a médica, e ela disse que amanhã você já pode ir à aula.

– Oba! – Manu comemorou.

– Mas eu tenho uma surpresinha pra você. Vamos até a sala que você vai ver.

A garota caminhou desconfiada até a sala e não acreditou no que estava vendo: todos os seus amigos da escola estavam ali, com “pintinhas” de catapora feitas de canetinha vermelha.

– Surpresa! – eles gritaram.

– Não acredito! – ela disse, caindo na gargalhada por causa da “catapora de brincadeirinha” dos amigos.

Dona Mara preparou um lanche delicioso para a criançada. Manu estava toda sorridente. Afinal, com saúde e amigos de verdade, quem é que não fica feliz?

 

Texto: Anne Lizie Hirle