Gabriela e Marcela. Duas irmãs e um só desejo, que os pais não podiam atender: ambas queriam o mais moderno celular que havia sido lançado.
Depois de ouvir mais uma vez que as filhas queriam aquele aparelho de presente, o pai teve uma ideia:
– Vocês sempre ganham algum dinheiro dos tios, dos avós ou até mesmo da mamãe e de mim. Por que não guardam esse dinheiro para vocês mesmas comprarem um celular desses?
A ideia não parecia muito interessante. Como elas poderiam juntar tanto dinheiro, se ganhavam uma mixaria aqui e outra ali?
– Acreditem, se juntarem todo o dinheiro que ganham, com o tempo, terão dinheiro suficiente para comprar o aparelho – garantiu o pai.
Sem alternativa, Gabriela e Marcela resolveram aceitar a sugestão. Não havia se passado sequer uma semana quando elas receberam a visita do avô Osvaldo. Mal chegou, ele enfiou a mão no bolso e tirou uma nota de dez reais para cada neta. Disse que era para elas comprarem um docinho, quando quisessem.
Os olhinhos das meninas brilharam. Imediatamente, Gabriela guardou seus dez reais; mas Marcela apenas os enfiou no bolso da blusa. Mais tarde, naquele mesmo dia, quando foi ao supermercado com a mamãe, Marcela resolveu gastar seu dinheiro com balas de goma e cartelas de adesivos. Lá se foi o dinheiro dado pelo vovô.
Dois dias depois, a tia Lúcia Helena convidou as meninas para tomar uma grande taça de sorvete.
– Se eu tomar só uma bolinha de sorvete, você me dá o restante do dinheiro que eu gastaria se tomasse uma taça? – negociou Gabriela.
A tia topou e ela embolsou mais uns trocados. Mas Marcela tomou sua banana-split e não enbolsou dinheiro algum.
E as meninas continuaram assim: Gabriela poupando o que podia para comprar seu celular e Marcela guardando um ou outro dinheirinho, sem resistir muito à tentação de gastar quando lhe aparecia essa oportunidade.
Meses depois, Gabriela anunciou ao papai que achava ter todo o dinheiro necessário para comprar seu celular.
– E você, Marcela? – quis saber o pai.
– Não sei. Preciso ver – respondeu a menina correndo para o quarto e começando a contar o dinheiro que possuía.
Poucos minutos depois, ela voltou dizendo que tinha apenas R$ 27. Não daria para comprar o celular com tão pouco dinheiro. Mas Gabriela tinha toda a quantia necessária e, por isso, naquela mesma semana, ela e o pai foram até uma das lojas de celulares da cidade e escolheram um modelo muito bonito e com muitas funções – muito mais moderno do que o que ela havia planejado inicialmente.
Marcela teve que se conformar sem celular, mas aprendeu que dinheiro é um item difícil de ser conseguido e, portanto, deve ser usado com muita sabedoria e cuidado.