Dia: 26 de junho de 2019

Joãozinho e os coelhos
Joãozinho e os coelhos

Joãozinho estava tão feliz! O tio lhe havia dado dois lindos coelhos. Um era pardo e o outro, branco e preto. O tio trouxera também uma gaiola verde para os coelhos. João prometeu cuidar deles sozinho, e fez exatamente isso durante muitos dias. Alimentava-os, limpava a coelheira e, de vez em quando, os deixava sair para um passeio. Algum tempo depois, no entanto, em vez de cuidar dos bichinhos, ele saiu para brincar.

– E os coelhinhos, João? Não é hora de alimentá-los? – perguntou a mãe.

– Sim, mamãe, vou fazer isso quando voltar. Carlos ganhou um filhote de labrador e vou vê-lo. Voltarei logo.

Mas João demorou bastante e, ao voltar, estava com muita fome. Ficou surpreso ao ver a mesa limpa, e a mamãe não estava em casa. Encontrou o pai assistindo ao jornal e perguntou:

– Papai, quero jantar. Estou com fome. Onde está a mamãe?

O pai, que sabia tudo a respeito dos coelhinhos famintos, respondeu:

– Sua mãe me disse que ia visitar uma amiga.

João achou estranho.

– Mas, papai, estou com fome… – e seus olhos se encheram de lágrimas.

O pai chamou o filho para perto de si e disse:

– João, todos nós temos tarefas a cumprir. Se não cumprirmos nossos deveres, outras pessoas sofrerão. Temos de continuar, dia a dia, fazendo as mesmas coisas. Nem sempre queremos fazê-las, mas sabemos que isso é necessário. Todos os dias, vou ao escritório, para trabalhar e ganhar dinheiro para o nosso sustento. Sua mãe cuida do nosso conforto em casa e prepara as refeições. Você não está triste porque ela não cumpriu seu dever, mas saiu para passear?

O garoto concordou com a cabeça.

– Ora, é assim que você tem tratado os coelhos. As pobres criaturinhas dependem de você. Não podem cuidar de si mesmas, e você as deixou lá na coelheira. Sua mãe saiu para lhe ensinar uma lição.

Exatamante nessa hora, mamãe entrou em casa. Joãzinho se aproximou dela e, abraçando-lhe, disse:

– Mamãe, eu não sabia como era terrível passar fome. Vou alimentar meus coelhos agora mesmo.

Sem demorar mais, o menino fez o que havia dito que ia fazer. Ao voltar, a mãe já havia preparado um bom jantar. Daí em diante, João nunca mais se esqueceu de alimentar os coelhos, de servir a alguma pessoa que confiasse nele ou de fazer alguma coisa que dele dependesse.